sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Expedição ao território Kaiowá-Guarani “Cacique Marcos Verón” – Tekoha Nhe’e Ayvu Arandu.

A população Kaiowá-Guarani do Mato Grosso do Sul vive hoje uma situação dramática de aviltamento dos direitos humanos. O nível de violência contra os Kaiowá-Guarani é tão extremo que tem sido considerado um processo de genocídio em curso ao povo. Como resposta a essa realidade, os povos Kaiowá-Guarani tem se organizado para resistir e lutar pela efetivação plena de seus direitos.

A expedição ao território indígena Kaiowá-Guarani é fruto dessa organização e surge como uma demanda direta dessa população por justiça social. A partir de conversas e reuniões realizadas entre lideranças e militantes indígenas em seu território ancestral, nasce a ideia da realização de uma expedição formada por profissionais de diferentes áreas, lideranças e militantes da causa indígena, com objetivo de elaborar um documento que publicize a condição de vida e resistência dessas populações. Além disso, deve ser um documento que dê subsídios à sua luta e reivindicações.

Soma-se à organização do povo Kaiowá-Guarani, o Tribunal Popular, uma articulação de entidades e movimentos sociais que vêm, desde 2008, unindo esforços para denunciar a violações dos direitos humanos promovidos pelo Estado brasileiro e sua lógica de criminalização da pobreza e das diferentes formas de organização popular.

A ideia da expedição foi apresentada e aprovada na organização indígena Aty Guassú, A Grande Assembleia Guarani, realizado no mês de agosto de 2011 no Mato Grosso do Sul. Logo em seguida, começaram a ser pensadas ações preparatórias da expedição. O presente projeto se insere nesse contexto.

A expedição ao território Kaiowá-Guarani tem como objetivo produzir relatórios e videos, que documentem a expedição realizada às suas terras na região com mais vulnerabilidade de conflitos, mortes e perseguição, e onde a demora pela demarcação é sentida com mais violência.

A equipe será composta por cerca de quinze pessoas – profissionais de diferentes áreas, militantes, lideranças e professores indígenas – que permanecerão durante aproximadamente duas semanas em diferentes aldeias e acampamentos indígenas da região de Dourados (MS). Todas as ações realizadas pelo grupo serão acompanhadas por indígenas moradores da região, que serão responsáveis pelo acolhimento da equipe. Além da equipe de trabalho estarão presentes convidados de diferentes entidades e movimentos que apoiam a causa indígena, representantes políticos e de universidades.

Queremos com essa ação:

– Cobrar pela demarcação das terras indígenas Kaiowá-Guarani, conforme previsto desde 2008 em portaria da FUNAI.

– Cobrar para que coloquem o ‘Marco’ nas Terras Indígenas que já têm portaria demarcatória e exigir uma resposta de por que não se fez isso até agora.

– Cobrar justiça para os assassinatos dos caciques e líderes indígenas que não prescreveram (250 assassinatos em 8 anos.)

– Denunciar as perseguições e as mortes dos professores indígenas(13 mortos em 3 anos), que tem importante papel nessa luta já que são eles que escrevem e relatam a fala dos mais velhos para os trabalhos de identificação das terras tradicionais, entre outras coisas.

O total de recursos da expedição é de R$ 36.000,00, conseguimos 16 mil, precisamos de 20 mil reais, até o dia 09 de Janeiro para a realização da expedição.

Esse recurso será usado para despesas de transportes de 15 pessoas de São Paulo-MS , alimentação de todos e todas envolvidos(as), cerca de 100 pessoas, construção de infra-estrutura na aldeia de apoio(Takuara), produção e divulgação de toda a documentação colhida.

Denúncias feita pelos próprios Guarani Kaiowá:

Denuncias Ládio Verón 

http://www.youtube.com/watch?v=QmvolaAntOk
http://www.youtube.com/watch?v=y97eW60xm0M&feature=related

Denuncias de Valdelice Verón

http://www.youtube.com/watch?v=GXbAiNtE7SU&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=y97eW60xm0M&feature=related

Denuncias de Valdelice Verón

http://www.youtube.com/watch?v=GXbAiNtE7SU&feature=related


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