Em meio a expansão agrícola, o governo militar fez um leilão de terra, do qual puderam participar apenas empresários.
Os fazendeiros que adquiriram terras ordenaram o massacre de um grupo indígena que ali vivia. Na época, Vincent Carelli e Marcelo dos Santos, indigenista da FUNAI, investigaram os vestígios do massacre, mas não conseguiram convencer as autoridades o que ali acontecia e foram proibidos pelos fazendeiros de entrar naquela região. Anos depois, em sucessivas viagens, os dois retornam à região para retomar a investigação e seguir o rastro de índios que, acreditavam, poderiam ser sobreviventes do massacre.
Os índios daquela região falavam Kanoê, uma língua quase extinta, como a Ingrid Lemos relatou no debate ocorrido após a exibição do filme, no último dia 13 de dezembro. A língua Kanoê não é a única língua indígena que está ameaçada de extinção: segundo pesquisas, em 500 anos aproximadamente mil línguas indígenas foram extintas
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Roberto Morale,s que faz parte do Comitê Popular da Copa, relatou em outras palavras o que Renato Russo um dia já havia dito: "o Brasil vai ficar rico, Vamos faturar um milhão... Quando vendermos todas as almas dos nosso índios num leilão". Como ocorreu em Corumbiara, graças à expansão agricola milhares de índios foram mortos e tiveram que sair de suas terras; no Rio de Janeiro querem acabar com o museu do Índio, local que serve de abrigo para muitos índios. Carlos Tukano, de uma das tribos que habita o Museu do Índio, é a prova viva de que não é só em Corumbiara que existe a opressão contra os povos índigenas. Ele veio em 1997 para o Rio de Janeiro para continuar sua luta, quando prestou serviço ao Museu do Índio, em Botafogo, durante 10 anos. Tukano comentou que grande parte dos brasileiros não sabe o que realmente acontece com os povos indígenas atualmente, sendo muitas das opressões (e repressões) omitidas tanto dos noticiários oficiais quanto das salas de aula país afora.
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