terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sobre as eleições 2012 e seus resultados


Por Adriana Facina.

Muito feliz com o resultado das eleições no Rio e em Niterói. PSOL ampliou muito sua bancada. Paulo Eduardo Gomes e Renatinho PSol foram os vereadores mais votados e ainda elegemos Henrique Vieira, que fez belíssima campanha. Teremos outra câmara em Niterói. Flavio Serafini despontou como nova liderança política, ganhando muito respeito, mesmo entre seus adversários. E, de quebra, ainda desbancou a campanha milionária do Zveiter. No Rio, além de ampliarmos a bancada, elegemos Renato Cinco, com uma candidatura que traz o difícil tema do antiproibicionismo. Meu candidato, Mc Leonardo Apafunk, fez uma belíssima campanha, levando informação e debates fundamentais para nossa cultura. Marcelo Freixo se tornou agora um político com expressão nacional e tenho certeza de que sua trajetória está em franca ascensão.

Sei que muita gente está triste, pq não chegamos no segundo turno. Sobretudo aquela rapaziada que estreou agora na militância, nessa campanha tão bonita e inspirada. Para esses eu queria dizer algumas palavras. Em primeiro lugar, não acreditem que a reeleição do Paes é fruto da burrice ou da alienação,ou mesmo da ignorância do povo. Nosso povo é sofrido e vota com o pragmatismo daqueles que matam um leão por dia pra sobreviver e dar de comer aos seus. Claro que existem os oportunistas, mas são minoria. A desigualdade do tempo de TV, a campanha nojenta da mídia corporativa e antidemocrática, os rios de dinheiros fornecidos por empreiteiras e empresas de transporte tudo isso conta. Mas conta mais o dinheiro no bolso, a promessa de emprego, as expectativas de oportunidades de vida. Essa pauta é mais relevante do que a das milícias ou da ética na política, por exemplo. E há uma lógica nisso que temos de reconhecer e dialogar com ela. Pensem em Gramsci nos cárceres do fascismo, tentando entender a derrota comunista e, mesmo naquelas condições dramáticas, se recusando a dar respostas fáceis e elitistas. O comunista italiano, naquelas condições, afirmava o núcleo de bom senso do senso comum e trazia a máxima radical: todos são intelectuais.

Esse povo que hoje reelegeu o Pae$ é o povo com que faremos a revolução e não outro. É com ele que aprenderemos, é com ele que dialogaremos. Estamos em processo, na luta e com humildade tentando aprender com nossas derrotas. Como diz o grande pensador Carlos Walter Porto Gonçalves, o dia em que conseguirmos nos comunicar com aquelas subjetividades que se entristecem no domingo pq a segunda está próxima, marcando um novo ciclo de exploração do trabalho e de vida sem sentido, faremos a revolução.

Luta que segue. Temos agora a primavera nos dentes. Nada poderá detê-la.

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