quinta-feira, 31 de março de 2011

DITADURA MILITAR: A NECESSIDADE DA MEMÓRIA

Estamos perto do dia primeiro de abril, que embora conhecido como o "Dia da Mentira", a título de uma brincadeira tradicional, representa também algo nada engraçado, uma das datas mais trágicas da política brasileira: o golpe de Estado de 1964. De certo modo, pode-se ver uma relação entre as duas representações, já que a instauração do regime militar se deu com base, entre outras coisas, numa grande mentira, vale dizer, na manipulação da opinião pública em favor da idéia alarmista de que o Brasil, sob o governo do então presidente João Goulart (Jango), estava num "mar de lama", caminhando para o esfacelamento das instituições democráticas e para o mais absoluto caos, com a suposta ameaça de uma revolução comunista. Enfim, a mentira "colou" e a ditadura ficou.

          Mas para além dessa relação, temos de lembrar permanentemente a data, com todos os seus acontecimentos e desdobramentos cruéis, como forma de fortalecermos a consciência, sobretudo nas novas gerações, das conseqüências e fatos dramáticos e desastrosos acarretados pela ditadura e seus sucessivos atos institucionais, a saber, o aprofundamento das desigualdades sociais e da concentração de renda, a supressão e a violação sistemática de direitos e liberdades individuais e coletivos, a tortura, a desenfreada corrupção governamental garantida e acobertada por um conceito distorcido de segurança nacional etc.

          Tal dever faz-se ainda mais importante porque, lamentavelmente, ainda há os que insistem no discurso enganoso de que o regime ditatorial teria trazido a "moralização" na política e "grandes avanços" para o País, e, o que é pior, buscando com tal discurso influenciar os mais novos, que não vivenciaram o período e não têm a noção de seu real significado.

          O Núcleo Frei Tito de Direitos Humanos, do P-SOL (Partido Socialismo e Liberdade), conclama todos os cidadãos a lembrarem o golpe de Estado ocorrido em 1º de abril de 1964 como um acontecimento criminoso e hediondo na nossa história e que merece o mais completo e absoluto repúdio de todos nós! Nosso propósito aqui é registrar esse passado para mostrar o que devemos, como nação, rejeitar e jamais repetir, e reafirmar, como partido político, nosso compromisso fundamental com a construção de uma sociedade livre, justa, igualitária e fraterna.


No vídeo a seguir, trechos do documentário "Brazil: a Report on Torture", de 1971, com o depoimento de Frei Tito e de outras vítimas do regime ditatorial brasileiro.



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