terça-feira, 22 de março de 2011

Que os líbios decidam em paz o destino de seu país!

          A agressão militar imperialista à Líbia entrou em ação com toda a sua fúria. É mentira que a democracia e a proteção “a civis” são as razões da Resolução do Conselho de Segurança da O.N.U. Já  bombardearam um hospital e mataram mais de 20 civis líbios. O objetivo é petróleo e o controle semicolonial do Estado Líbio.
          Uma vez mais, “a Comunidade internacional”, com algumas exceções, se dobraram aos ditames imperiais das potências dominantes, dos EUA, a França e a Grã-Bretanha. Todos os membros do Conselho de Segurança validaram com a sua abstenção. Nem mesmo o Brasil se opôs.
          A Rússia se contentou em “lamentar a utilização da força”. A conduta do Brasil foi pior: A chuva de mísseis Tomahawks sobre o país norte-africano foi a música de fundo da agradável reunião entre o Presidente Barack Obama e a Presidente brasileira Dilma Rousseff. Desde o território brasileiro se deu a ordem do ataque: “procedam”.
          O objetivo é claro: reconstituir um marco semi-colonial no Mar Mediterrâneo e, ao mesmo tempo,apropriar-se das reservas petroleiras sem intermediário. A Líbia é outro passo nesta estratégia, que tem a Venezuela e outros Estados petroleiros independentes na mira.
           A grave contradição deste ataque imperialista é que, do outro lado, não há um governo confiável para as massas líbias e árabes. Faz tempo que Kadafi abandonou a sua política imperialista para associar-se às potências européias e aos EUA e oprimir ao povo líbio. Basta recordar que há alguns dias ele ameaçou que os seus tanques e aviões entrariam em Bengasi “ como fez Franco em Madrid” no fim da Guerra Civil espanhola. Kadafi fala por si mesmo.
           Os principais porta-vozes da oposição, agrupados no Conselho Nacional de Benghassi, são agentes do imperialismo europeu e yanqui. É um movimento muito heterogêneo unido pela rejeição à ditadura, onde o melhor está nos Comitês populares que se ocupam da segurança, a saúde e a distribuição de alimentos nos povos sob o seu comando. Mas não surgiu uma alternativa política a partir deles. Na falta de um movimento de anti- imperialistas e revolucionários autênticos
, o Conselho de Benghassi aproveita para oferecer os seus serviços como sócio nos negócios com Europa e EUA.
          Se o imperialismo derrotasse a Kadafi, transformaria rebeldes opositores em marionetes e criaria um precedente para colocar no poder governos pró-imperialistas em outros países, manu militari, como está fazendo em Bahrein apoiado nas tropas da Arábia Saudita. Já está em marcha o programa de abastecimento de armas e munições aos rebeldes através da Arábia Saudita. País que, por outro lado, comprará  aos EUA material bélico por 60.000 milhões de dólares.
          A continuação de Kadafi no poder poderia significar a separação do país e uma longa guerra civil que acarretará em milhares de mortes. A resolução pacífica do conflito começa por frear os ataques militares imperialistas.
          É necessário impor, com a mobilização, um imediato cessar fogo!
          Exigimos que a resolução do conflito se faça sem a agressão das potências imperiais!
          Exigimos a mediação urgente da Unidade africana e os Chefes de Estado da ALBA!
           povo líbio merece uma solução política, pacífica e  o chamado a uma Assembleia Constituinte soberana de modo que os líbios decidam o seu regime político dentro da independência de seu país.
          O destino dos povos da África do Norte, especialmente o da Líbia neste momento, terá efeitos diretos sobre a nossa América Latina e o mundo. Estamos pela liberação nacional que conquista a democracia e assegure a independência com uma saída anticapitalista. O sistema do capital só oferece o que estamos vendo na Líbia, Afeganistão, Iraque e o resto do planeta: guerras, miséria e destruição ecológica.
          Cessação imediata da intervenção imperialista!  Que os líbios decidam sobre a Líbia e que os africano reconstruam, em plena independência, a África saqueada! Fora, Obama, da América Latina!


Manifesto de Militantes da 4ª Internacional

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