quinta-feira, 23 de junho de 2011

BRASIL: PROTEJA PEQUENOS AGRICULTORES CONTRA VIOLÊNCIA

Pistoleiros atiraram contra pelo menos duas comunidades de trabalhadores rurais no estado do Tocantins. Cinco líderes comunitários estão "marcados para morrer". Há anos a área é palco de disputa entre fazendeiros locais e pequenos agricultores que lutam pela reforma agrária. 
                    
Cerca de 40 famílias que vivem nos assentamentos Santo Antônio do Bom Sossego e Acampamento Vitória, no município de Palmeirante, estão sendo ameaçadas continuamente por oito pistoleiros contratados por um fazendeiro local. Na noite de 6 de junho, os pistoleiros dispararam tiros contra o acampamento. Em 4 de junho, homens armados foram ouvidos enquanto discutiam se deveriam ou não levar a cabo uma execução. Em 29 de maio, um pistoleiro disse a um morador: “Lá vai morrer gente”. Os trabalhadores rurais também reclamam de homens com lanternas rondando a área dos assentamentos. Acredita-se que os nomes de cinco membros da comunidade estejam na lista de pessoas marcadas para morrer.
  
As ameaças têm sido constantes desde outubro passado. Em 3 de outubro, homens armados incendiaram vários barracos no Assentamento Santo Antônio do Bom Sossego. Em 16 de outubro, o trabalhador rural Gabriel Vicente foi morto a tiros. Funcionários da coordenação regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), receberam uma série de ameaças de morte por causa do apoio dado a estas comunidades.
  
O Assentamento Santo Antônio do Bom Sossego foi criado em 2003 pelo órgão federal responsável pela reforma agrária, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA); trabalhadores sem-terra assentaram-se no Acampamento Vitória, que fica nas proximidades. Em 2005, os grileiros tomaram terras na região e começaram a importunar estas comunidades. No ano passado, madeireiros ilegais ocuparam a região.
  
Apesar de uma série de denúncias, a polícia não realizou nenhuma investigação adequada sobre as ameaças. Em audiência envolvendo o Ministério Público Federal, INCRA, CPT e representantes das comunidades, ficou acertado que os fazendeiros deixariam a área, que deveria voltar a ser ocupada por mais famílias de pequenos agricultores, mas tais medidas não foram colocadas em prática.


Para saber mais, acesse o site da Anistia Internacional.

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