Niterói receberá, na Faculdade de Direito da UFF, a exposição "Sala Escura da Tortura". A iniciativa, que reúne CAEV/UFF, DDH, INEAC, NUPIJ e PROEX/UFF, acontece entre os dias 24 de agosto e 16 de setembro, na Rua Presidente Pedreira, 62, Ingá, Niterói - RJ. O horário de funcionamento é de 9 às 18 horas.
A "Sala Escura da Tortura" tem 28 metros quadrados de pintura feita em sete quadros de dois por dois, cujo fundo, propositadamente negro, faz sobressair às figuras em tamanho natural, coloridas de cinza de vários gamas e de leves e tênues camadas de tinta branca. O recinto da exposição tem o teto rebaixado com tela negra de algodão e os quadros são dispostos em semicírculo, tendo ao centro um painel e aos lados outros três, todos iluminados com "spots" que jogam luz exclusivamente sobre as imagens.
As obras foram pintadas pelos artistas plásticos Gontran Guanaes Netto (brasileiro), Jose Gamarra (espanhol), Júlio Le Parc e Alexandre Marco (argentinos), quando todos viviam exilados em Paris, em decorrência da instalação das ditaduras militares na América do Sul, a partir dos anos 60. Juntos, eles formaram o grupo "Denúncia", que travou contato com Frei Tito de Alencar, que também se encontrava exilado na França. A partir de depoimentos do dominicano, que descreveu aos artistas o sofrimento que ele e outros prisioneiros políticos conheceram nos porões da ditadura militar no Brasil, a exposição "Sala Escura da Tortura" começou a ser pensada.
As pinturas foram elaboradas lentamente a partir dramatização dos diversos métodos empregados para exercer a tortura. Todas as dramatizações foram feitas por voluntários e eram fotografadas dezena de vezes por Júlio Le Parc. Escolhidas as cenas que serviram como metáforas da tortura, cada artista pintou a sua obra com inteira liberdade. Todas são figurativas, mas diferentes umas das outras, tanto no desenho como na pintura. De acordo com Radha Abramo: "Le Parc mostra uma imagem de reminiscência cubista muito próxima de suas experiências cinéticas. Marco, cuja influência expressionista da escola alemã é forte, pinta a figura de seu painel com contornos mais marcados e incisivos. A pintura de Neto, preocupado com as massas de luz em contraste permanente com o fundo negro da tela, é mais próxima da pintura caravaggista. O quadro de Gamarra,um pintor que lida com as tintas mais diluídas, aproxima-se muito da pintura naturalista francesa do século 19" (Tortura, tema de comovente e aterradora mostra de arte. Jornal Folha de São Paulo, 25/03/1983).
A "Sala Escura da Tortura" tem 28 metros quadrados de pintura feita em sete quadros de dois por dois, cujo fundo, propositadamente negro, faz sobressair às figuras em tamanho natural, coloridas de cinza de vários gamas e de leves e tênues camadas de tinta branca. O recinto da exposição tem o teto rebaixado com tela negra de algodão e os quadros são dispostos em semicírculo, tendo ao centro um painel e aos lados outros três, todos iluminados com "spots" que jogam luz exclusivamente sobre as imagens.
As obras foram pintadas pelos artistas plásticos Gontran Guanaes Netto (brasileiro), Jose Gamarra (espanhol), Júlio Le Parc e Alexandre Marco (argentinos), quando todos viviam exilados em Paris, em decorrência da instalação das ditaduras militares na América do Sul, a partir dos anos 60. Juntos, eles formaram o grupo "Denúncia", que travou contato com Frei Tito de Alencar, que também se encontrava exilado na França. A partir de depoimentos do dominicano, que descreveu aos artistas o sofrimento que ele e outros prisioneiros políticos conheceram nos porões da ditadura militar no Brasil, a exposição "Sala Escura da Tortura" começou a ser pensada.
As pinturas foram elaboradas lentamente a partir dramatização dos diversos métodos empregados para exercer a tortura. Todas as dramatizações foram feitas por voluntários e eram fotografadas dezena de vezes por Júlio Le Parc. Escolhidas as cenas que serviram como metáforas da tortura, cada artista pintou a sua obra com inteira liberdade. Todas são figurativas, mas diferentes umas das outras, tanto no desenho como na pintura. De acordo com Radha Abramo: "Le Parc mostra uma imagem de reminiscência cubista muito próxima de suas experiências cinéticas. Marco, cuja influência expressionista da escola alemã é forte, pinta a figura de seu painel com contornos mais marcados e incisivos. A pintura de Neto, preocupado com as massas de luz em contraste permanente com o fundo negro da tela, é mais próxima da pintura caravaggista. O quadro de Gamarra,um pintor que lida com as tintas mais diluídas, aproxima-se muito da pintura naturalista francesa do século 19" (Tortura, tema de comovente e aterradora mostra de arte. Jornal Folha de São Paulo, 25/03/1983).
Mesa de Abertura - "Tortura: Ontem, Hoje, Nunca Mais!"
Data: 24/08
Horário: 19h
Local: Auditório 1 da Faculdade de Direito da UFF
(Rua Presidente Pedreira, 62, Ingá, Niterói)
Debatedores:
Ana Bursztyn-Miranda (Coletivo-RJ Memória, Verdade e Justiça)
Gontran Guanaes Netto (Membro do Coletivo Denúncia)
Ivo Lesbaupin (ISER ASSESSORIA/ABONG)
Lúcia Alencar (Coordenadora do Projeto "Sala Escura da Tortura")
Taiguara Libano Soares e Souza (Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura)
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