Por Flavio Serafini*

A Ditadura calou e fez sangrar nossa cidade. Entorpeceu de medo e silêncio nossas esquinas. Interditou nossa cultura. No estádio Caio Martins no lugar da prática esportiva se praticou a pratica da prisão, da intimidação e da tortura. Essa história não se apagará e o pior cego é aquele que não quer ver. Ainda há marcas vivas desse triste período no cotidiano de nossa cidade.
Uma delas é o nome da Ponte Rio-Niterói. Muita gente não sabe, mas seu nome verdadeiro é Ponte Presidente Costa e Silva. Pra quem não sabe ou não se lembra, o General Costa e Silva foi quem promulgou o AI-5, em 1968, iniciando o período mais violento, terrorista e restritivo de direitos civis da história da república brasileira. Um déspota, um canalha, um assassino. No entanto, até hoje é homenageado com seu nome em nossa ponte Rio-Niterói.
O Núcleo Frei Tito do PSOL Niterói tomou uma iniciativa importante para reconstruir uma nova história, sem as marcas sombrias desse passado. Renomear a Ponte Rio-Niterói. Substituir o nome de um ditador por o de um democrata radical. Apagar o nome do General Costa e Silva e escrever com as letras de nossa admiração o nome de Herbert de Souza, o Betinho, o irmão do Henfil cantado na linda voz da Elis Regina. Já conseguimos o apoio de diversas entidades para essa iniciativa como o grupo Tortura Nunca Mais, o Ibase, Justiça Global, o Instituto de Defensores dos Direitos Humanos, entre outras.
Para isso o deputado federal do PSOL, Chico Alencar, fez um projeto de lei em Brasília. Estamos lutando para aprová-lo e reescrever essa história. Dê seu apoio, participe dessa luta. Vamos apagar os nomes dos ditadores de nossas ruas, pontes praças e esquinas. Vamos começar dizendo: a ponte Rio-Niterói tem novo nome! Ela se chama Betinho! Essas são ações simbólicas que podem reencantar de novo o mundo. Vamos juntos!
*Sociólogo, presidente do PSOL Niterói
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