Diversas organizações promoverão, no domingo (02), em São Paulo, um ato para lembrar os 19 anos do Massacre do Carandiru. A manifestação ocorrerá a partir das 15h no Parque da Juventude (onde se localizava a antiga Casa de Detenção, na zona norte da capital paulista).
O ato deste domingo também marca o início de uma agenda intensa de mobilizações que ocorrerão no próximo ano, quando se completarão duas décadas do massacre.
O massacre aconteceu em 2 de outubro de 1992. Acionada para controlar um conflito no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, a Polícia Militar invadiu o local com 360 soldados, que mataram 111 detentos. O episódio é considerado um dos mais violentos casos de repressão a rebelião em presídios.
A casa de detenção foi desativada em setembro de 2002 e já chegou a ser considerada, por anos, a maior prisão da América Latina.
O ato lembrará também a falta de punições para os responsáveis pelo massacre. Dos envolvidos, o único a receber condenação foi o coronel Ubiratan Guimarães (morto em 2006), que comandou a operação policial. No entanto, a sentença que o condenava a 632 anos de prisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre 1995 e 2005 a população carcerária no país cresceu 143,91%, passando de cerca de 148 mil presos para mais de 361 mil. Já entre dezembro de 2005 e dezembro de 2009, o número de detentos aumentou de 361.402 para 473.626, o equivalente a um crescimento, em quatro anos, de 31,05%.
Já no estado de São Paulo, segundo dados oficiais do governo, diariamente, cem pessoas deixam as prisões paulistas, enquanto outras 137 são encarceradas.
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