O Núcleo Frei Tito de Direitos Humanos do Psol apresenta à sociedade fluminense esta nota de repúdio à iniciativa da Prefeitura de Niterói que retirou uma parada de ônibus da orla do Bairro de São Francisco porque o mesmo é utilizado como abrigo por pessoas em situação de rua. O jornal O Fluminense destaca em sua manchete:
"Parada de coletivos na orla de São Francisco é removida pela Prefeitura após pedido de moradores que reclamavam da presença dos sem-teto, que usavam a estrutura como abrigo"
A matéria é manipuladora. Utiliza a fala de "alguns moradores" apenas para camuflar sua verdadeira função: reproduzir nota oficial do governo Jorge Roberto Silveira. O jornal O Fluminense tem se empenhado especialmente na defesa da gestão autoritária e antipopular do secretário Wolney Trindade. Certamente não representa a opinião da maioria dos moradores de São Francisco, que discorda da política de repressão à população em situação de rua implementada pela Secretaria Municipal de Segurança e Controle Urbano. Assim como repudia o fechamento de praças, a perseguição aos camelôs e a proposta de construção de pórticos de segurança nos acessos à cidade.
Tal perspectiva, como se sabe, é usualmente adotada pelos meios de comunicação hegemônicos, uma vez que estão a serviços de interesses de algumas parcelas da sociedade e do capital. O próprio jornal em questão tem, claramente, adotado uma campanha contra os moradores de rua, camelôs, sem tetos, e a população pobre em geral, uma vez que, na própria matéria, o jornal destaca que ele vem mostrando a preocupação em diversas matérias com o crescimento da população em situação de rua de Niterói.
Contudo, a preocupação não é com a assistência social, mas em saber que medidas serão feitas para evitar essas pessoas em uma das melhores cidades do Brasil para a especulação imobiliária. Não surpreende também que o jornal e a Prefeitura tenham essa preocupação, pois, como se sabe, a campanha do atual Prefeito foi financiada por grupos ligados ao setor imobiliário.
Niterói, infelizmente, se notabiliza por, cada vez mais, ampliar suas contradições, isto é, em ter que lidar com uma cidade cada vez mais desigual, em que as políticas municipais são pensadas e executada para atender um projeto elitista de cidade, haja vista o descaso que a população desabrigada em conseqüência das chuvas de abril de 2010 enfrenta até hoje.
Por tudo isso, e por sermos contra o projeto de invisibilização social da pobreza, é que o Núcleo Frei Tito vem apresentar sua insatisfação tanto em relação a esse tipo de mídia, assim como pela Prefeitura de Niterói. Afirmamos, portanto, que daremos continuidade a luta contra tal modelo social, buscando ampliar as lutas do povo.
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