O cacique Raoni, conhecido mundialmente por sua luta na defesa da selva amazônica, alertou neste domingo para a situação no território onde fica sua reserva indígena onde, afirmou, existe uma ameaça séria que pode terminar em banho de sangue. O apelo foi divulgado em um comunicado da associação Planeta Amazônia, dedicada à defesa do meio ambiente e das populações indígenas.
Segundo a ONG, estão acontecendo "incidentes graves nos territórios ancestrais de kauapo (no Estado amazônico de Mato Grosso), que segundo denunciou o chefe Raoni são ocupados ilegalmente por colonos armados apoiados por policiais corruptos". Um indígena foi agredido nestes dias pelos colonos, que ainda incendiaram a caminhonete da vítima e, segundo o texto, "os guerreiros de Raoni estão se reagrupando às centenas para perseguir os invasores".
"Esta batalha pode ser sangrenta e ninguém faz nada. Tememos pela vida de Raoni e de sua família", destacou o Planeta Amazônia, que fez "um apelo ao governo brasileiro para tomar medidas" e fazer uma demarcação efetiva da reserva indígena de 180 mil km² no rio Xingu. O cacique octogenário é um feroz opositor à construção da hidroelétrica de Belo Monte, no Amazonas.
Apesar da campanha de oposição de ambientalistas e grups indígenas, na qual participaram o diretor do filme Avatar, o canadense James Cameron, o Brasil autorizou em 1º de junho a construção da gigantesca represa, destinada a ser a terceira maior do mundo, com 11,2 mil MW de potência (cerca de 11% da capacidade instalada do país). Para a construção de Belo Monte, avaliada em 11 bilhões de dólares e com entrega prevista para 2019, serão inundados 500 km² de área, junto ao Xingu, e deslocará 16 mil pessoas, que serão reassentadas, segundo as autoridades.
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