Efe
LONDRES - A Anistia Internacional (AI) denunciou na quinta-feira, 16, que as milícias armadas que agem na Líbia cometem abusos contra os direitos humanos e estão "fora de controle".
Em um relatório sobre a situação na Líbia um ano depois do começo da chamada primavera árabe, a AI assinala que estas milícias atuam com impunidade e criam insegurança e problemas para a reconstrução das instituições do Estado. Intitulado "As milícias ameaçam as esperanças de uma nova Líbia", o texto documenta extensos abusos dos direitos humanos, incluindo crimes de guerra, por parte de múltiplas milícias suspeitas de ser leais ao finado ditador Muamar Kadafi.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, há detenções ilegais e torturas que, em alguns casos, causam a morte. Os imigrantes e os refugiados africanos também foram alvo dos abusos, enquanto as autoridades não fizeram esforços para investigar e processar os responsáveis, acrescenta.
"Há um ano, os líbios arriscaram a vida para exigir justiça. Hoje, suas esperanças se veem prejudicadas por milícias armadas ilegais que pisoteiam os direitos humanos com impunidade", assinala o relatório divulgado nesta quinta.
A AI informa que, em janeiro e no início de fevereiro de 2012, uma delegação do organismo visitou 11 instalações de detenção no centro e no oeste da Líbia utilizada por várias milícias. Os detentos afirmaram ter sido torturados e maltratados no local e mostraram os ferimentos sofridos.
Pelo menos 12 pessoas detidas pelas milícias morreram desde setembro após sofrer torturas. Segundo a AI, não foi iniciada investigação alguma sobre esses casos.
A organização chama a atenção para a necessidade de as autoridades líbias demonstrarem seu compromisso de virar a página de décadas de violações sistemáticas dos direitos humanos e averiguar os abusos perpetrados no passado e no presente.
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